Olívia de Cássia Cerqueira
E de repente a gente tem um choque de realidade. Percebe que a vida não é um conto de fadas, que muito do que você sonhou a vida inteira, não aconteceu e que a vida é dura e não acontece nem a metade do que idealizou.
Não é o que
queremos, mas o que tem que ser. “Esse final pode estar bem distante da vida de
alguém”. Não é que eu tenha sido educada para viver “no mundo de Alice”.
Tudo o que aconteceu
comigo, foi culpa minha, menos as limitações que tenho agora, além da velhice.
Aos 64 já estou nessa classificação estatística. Tudo é fruto do que vivi e
poderia ter vivido mais e muito melhor.
Cada um tem
a sua história e somos o personagem principal dela. Como diz minha prima Maria “cada
um com seu cada um”. Algumas pessoas são educadas quando crianças, dessa forma: “colocam em
nossa mente que o mundo é maravilhoso e que tudo sempre acabará em um final
feliz como nos contos de fadas”.
Embora eu
tenha tido o choque de realidade muito cedo, com a perda de muitos entes
queridos e vivenciando muitos problemas de saúde, tragédias na minha família
desde muito cedo, sempre esperava o mais ou menos.
Em “A vida
não é um Conto de Fadas - André Giarola, ele observa que “todos querem um
ingresso para um parque de diversões, mundos mágicos, castelos, etc. Na vida há
montanhas russas, mas poucos querem se aventurar. No mundo há vilões, mas
ninguém quer combatê-los”.
“O autor
oferece um ingresso especial para que você adentre em seu mundo mágico onde os
finais são conturbados, cheio de curvas e pensamentos. A raiva, a angústia e a
dor predominam e estão sempre à espreita. Um mundo que é realidade para muitos”,
alguns mais que outros, digo eu.
Muitos pais
querem que os filhos pensem exatamente como eles. Eu até entendo hoje esse
querer. Mas na juventude tive problemas que hoje avalio que poderiam ter sido
evitados.
Já a moçada de agora, observo eu, em sua maioria, tem tudo: liberdade de ir e vir, e logo cedo decidem o que querem, mas eles querem ser respeitados e não respeitam ninguém. Querem ser ouvidos, mas não ouvem ninguém. Espero que os exemplos citados não sejam os seus. Bom dia.
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