Olivia de Cássia Cerqueira
Do alto da
varanda da minha casa, observo as construções lá na frente. Não fossem elas,
dava pra ver o mar. Mesmo assim, quando anoitece e tudo silencia, ouço o
barulho das ondas, quando a maré está cheia, além de escutar o apito dos navios chegando.
Acordo antes
que o sol apareça e arrisco, depois do café, fazer pequenos exercícios, com
receio de atrofiar de vez. Além da fisioterapia, nos dias intercalados.
Passo os
dias, além disso, fazendo palavras cruzadas e lendo. Não posso deixar de
ler. Lamento não ter tempo mais de ler
todos os livros que eu gostaria.
Os
fragmentos que compõem a minha rotina, dão a medida do que procuro ser: uma
pessoa melhor. Peço a Deus, aos anjos e santos
de luz, que me iluminem e me protejam de um mal maior.
Tento não me
impressionar com o que pode ser mais complicado. Tudo isso
representa a minha inquietude diante de mim. Penso nos antepassados que já se
foram comprometidos por esse mal. Herança, que sem terem culpa, nos deixaram.
Os
sentimentos, as dúvidas e incertezas me veem e nessas horas, tomo remédios e
procuro não pensar no pior. O dia já começa abafado, faz muito calor. Já não
digito um texto com a agilidade de antes, mas preciso colocar pra fora os
sentimentos que me acometem. Parece que vai chover.
Seguirei em
frente, mesmo que seja com a rotina diária. Preciso voltar a perder peso. Não
posso carregar um corpo pesado, porque as forças diminuem.
Depois de
uma certa idade, temos que os vigiar muito mais do que antes. Costumo fazer um
balanço do que vivi e do que vivo agora. Preciso viver de acordo, com a idade e
as limitações. Viva São José, padroeiro dos agricultores. Bom dia.
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