Em uma de
suas músicas o poeta Cazuza disse que: “somos todos cobaias de Deus”. Outros
autores também já o disseram em seus escritos, e hoje me dei a refletir sobre o
tema. Explicarei em seguida.
Voltei à
fisioterapia presencial numa faculdade particular de Maceió, essa semana, e
devo novamente esclarecer que sou grata e todos os dias agradeço a Deus pelos
amigos que tenho, que conseguiram uma vaga para mim no local.
Dito isso,
volto ao tema em tela, porque na volta de hoje nova turma foi me analisar e
estudar o meu caso, e o professor explicou que sempre cita o meu caso em suas
aulas de neurologia. Sou um estudo de caso, ou um caso de estudo, disse-lhe eu.
Mas eu não
me importo com isso, pelo contrário: enquanto tiver mais profissionais e mais
pessoas com informações sobre atrofia cerebelar, talvez tenhamos mais chances
de chegarmos perto de uma evolução para esse problema.
Não é que eu
acredite na cura, pelo menos nas próximas décadas, mas pode ser que as gerações
futuras das famílias que herdarem a Ataxia ou outros problemas neurológicos,
venham a ter mais chances, mais esperança que nós.
Não desdigo a
má sorte, apesar de alguns dias serem mais complicados que outros. Cada dia
aparece um novo sintoma diferente, ou mais complicado.
E lembro daquele senhor, psiquiatra que me
consultou e deu um diagnóstico de esclerose múltipla, por conta de um resultado
de um encefalograma, sem antes perguntar
o meu histórico familiar.
E eu, atrevida
que sou, contei para ele sobre a Doença de Machado-Joseph, quando ele alertou que
eu imaginasse que o meu cérebro era um sistema
estelar em que morria uma célula a cada
dia a cada dia ou instante.
Com leituras
mais apuradas sobre Ataxia, antes com certa frequência, fui descobrindo que as
doenças neurológicas têm sintomas de outras síndromes e são parecidas e só um
mapeamento genético ou ressonância magnética, em alguns casos, podem dar o diagnóstico.
Nos últimos tempos, parei de ler sobre isso e atualmente procuro aproveitar o que posso, sem ressentimentos ou mágoas, tentando não depender tanto de terceiros, enquanto posso e tentando não pensar num amanhã de “grandes novidades”. Somos todos cobaias de Deus. Sou um estudo de caso, ou um caso de estudo. Bom dia.
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