sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

E lá se foi o tempo...

 

Olívia de Cássia Correia de Cerqueira

 

E hoje amanheci lembrando um pouco da infância distante, das brincadeiras de criança na Rua da Ponte, que me viu nascer. Brincávamos todos juntos, meninos e meninas, muito mais com as meninas, os banhos no Rio Mundaú, poluído agora pelo despejo de esgotos, de tiborna e lixo ao longo de décadas.

As casas eram pintadas, pelo menos algumas, de verde e amarelo: assim eram a bodega e o Armazém do meu pai, a casa dos meus avós e os prédios da Estação Ferroviária. Não sei se a situação tinha a ver com a conjuntura do país: vivíamos o início dos anos de chumbo.

Às vezes a gente precisa da distância do tempo, para valorizar muito mais o que fomos e somos, o que tivemos e temos, não só no lado material da situação, segundo a lenda.  Diz o dito popular que: “distância é aquilo que nos faz dar valor ao que um dia estivemos ao nosso lado”.

Não sou dona da  verdade, mas o momento atual nos diz tudo: só não entende que não quer, quem tem cegueira intelectual ou que se finge de morto. Chegamos num tempo de Carnaval sem carnaval. De festas sem aglomerações, sem animações.

A realidade do mundo não é das melhores e daqui há alguns anos ela vai ser lembrada como os piores anos depois da ditadura. Sem carnaval, sem aglomeração, por conta da pandemia e como um dos piores governos na presidência: ficamos mais tristes.

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