Olívia de Cássia Correia de Cerqueira
E hoje
amanheci lembrando um pouco da infância distante, das brincadeiras de criança
na Rua da Ponte, que me viu nascer. Brincávamos todos juntos, meninos e
meninas, muito mais com as meninas, os banhos no Rio Mundaú, poluído agora pelo
despejo de esgotos, de tiborna e lixo ao longo de décadas.
As casas
eram pintadas, pelo menos algumas, de verde e amarelo: assim eram a bodega e o
Armazém do meu pai, a casa dos meus avós e os prédios da Estação Ferroviária.
Não sei se a situação tinha a ver com a conjuntura do país: vivíamos o início
dos anos de chumbo.
Às vezes a
gente precisa da distância do tempo, para valorizar muito mais o que fomos e
somos, o que tivemos e temos, não só no lado material da situação, segundo a
lenda. Diz o dito popular que: “distância
é aquilo que nos faz dar valor ao que um dia estivemos ao
nosso lado”.
Não sou dona
da verdade, mas o momento atual nos diz
tudo: só não entende que não quer, quem tem cegueira intelectual ou que se
finge de morto. Chegamos num tempo de Carnaval sem carnaval. De festas sem
aglomerações, sem animações.
A realidade do mundo não é das melhores e daqui há alguns anos ela vai ser lembrada como os piores anos depois da ditadura. Sem carnaval, sem aglomeração, por conta da pandemia e como um dos piores governos na presidência: ficamos mais tristes.
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