Olívia de Cássia Cerqueira
Hoje para
mim é um dia de reflexão, como tem sido há muito tempo. Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão era um dia sagrado para
nós e papai tratava de nos ver envolvidos naqueles rituais católicos: missas,
ir à igreja nos sábados de Aleluia, procissão do Senhor Morto, depois beijar
aquela imagem do Cristo morto.
E eu ficava
encafifada com aquela história de um homem que só veio pregar o amor e a
bondade entre os povos, quando seu Antônio Timóteo colocava aqueles vinis com a
história do sofrimento de Jesus, a via sacra, no mais alto volume da vitrola. E
eu já questionava o ato de aqueles homens cruéis terem feito aquilo com Jesus. A
traição, a tortura, a crucificação e a morte.
Fui
crescendo, estudando e tendo conhecimento da história. Será que vai ser sempre
assim, com aqueles que lutam por um mundo melhor e mais justo? Cristo foi o
maior revolucionário da história da humanidade.
A história
de Jesus não é diferente da de hoje em dia e apenas mudou de logística, com
alguns adendos. Os poderosos e donos do capital vão sempre condenar quem se
insurge contra os malefícios do poder econômico.
E eu me
pegava fazendo mil perguntas: como Deus permitiu que seu filho único sofresse e
morresse para salvar uma humanidade que não está nem aí, pra isso tudo? Um povo
que em nome de Deus cometeu e comete atrocidades, todos os dias por conta do
Deus dinheiro?
E uma
sociedade hipócrita que vai à igreja todos os domingos ou aos sábados, mas
quando sai desse recinto já sai cometendo injúrias e cometendo todo tipo de
pecado?
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