sexta-feira, 12 de março de 2021

A gente pensa que pode tudo

 

Olívia de Cássia Cerqueira

 

Quando somos adolescentes pensamos que podemos tudo. A gente ama e ponto, sem medir consequências e impedimentos. Somos utópicos sem mensurar o que seja o conceito, a definição do que seja, na realidade da vida.

O primeiro amor é quase sempre impossível, platônico e cheio de sofrimento, como naqueles filmes americanos água com açúcar, que a gente assiste, com aflição.

Eu acreditava que com aquele sentimento que eu tinha, que seria capaz de mudar tudo. O egoísmo das pessoas adultas que me cercavam, o interesse financeiro, a avareza, que eu definia, sem nada entender de concreto da vida.  Apenas sonhava acordada.

Aquele moço rebelde e cheio de sonhos era tudo o que me encantava naquele tempo. A poesia se fazia presente, a vontade de viajar, conhecer o mundo, conhecer o desconhecido, o misterioso mundo que eu não conhecia, se fazia presente naquele tempo, com mais convicção.

Queria ser independente, viver a minha vida sem amarras, de forma tranquila, sem impedimentos. Mas eu era muito jovem naquele tempo e embora já sonhasse com um mundo mais justo e melhor, eu não sabia de nada, não entendia muito, apenas questionava, era tudo ao contrário do que eu pensava.

Tive a sorte de ter pessoas próximas que me orientassem, embora não entendesse aqueles pensamentos, mas o  mundo gira, a gente vai amadurecendo, conhecendo a vida, seus impedimentos e justificativas e passa a lutar por propostas mais concretas, mais definidoras, que se amoldam a tua maneira de imaginar o mundo, mesmo que agora seja com os pés no chão. A gente pensa que pode tudo e a vontade de ver dias melhores e uma sociedade mais justa não passa. Somos resistência, a luta não para.

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