Olívia de Cássia Cerqueira
Quando somos
adolescentes pensamos que podemos tudo. A gente ama e ponto, sem medir consequências
e impedimentos. Somos utópicos sem mensurar o que seja o conceito, a definição do que seja, na realidade da vida.
O primeiro
amor é quase sempre impossível, platônico e cheio de sofrimento, como naqueles
filmes americanos água com açúcar, que a gente assiste, com aflição.
Eu
acreditava que com aquele sentimento que eu tinha, que seria capaz de mudar
tudo. O egoísmo das pessoas adultas que me cercavam, o interesse financeiro, a
avareza, que eu definia, sem nada entender de concreto da vida. Apenas sonhava acordada.
Aquele moço rebelde
e cheio de sonhos era tudo o que me encantava naquele tempo. A poesia se fazia
presente, a vontade de viajar, conhecer o mundo, conhecer o desconhecido, o
misterioso mundo que eu não conhecia, se fazia presente naquele tempo, com mais
convicção.
Queria ser
independente, viver a minha vida sem amarras, de forma tranquila, sem impedimentos.
Mas eu era muito jovem naquele tempo e embora já sonhasse com um mundo mais
justo e melhor, eu não sabia de nada, não entendia muito, apenas questionava,
era tudo ao contrário do que eu pensava.
Tive a sorte
de ter pessoas próximas que me orientassem, embora não entendesse aqueles
pensamentos, mas o mundo gira, a gente
vai amadurecendo, conhecendo a vida, seus impedimentos e justificativas e passa
a lutar por propostas mais concretas, mais definidoras, que se amoldam a tua
maneira de imaginar o mundo, mesmo que agora seja com os pés no chão. A gente
pensa que pode tudo e a vontade de ver dias melhores e uma sociedade mais justa
não passa. Somos resistência, a luta não para.
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