Por Olívia de Cássia
Hoje amanheci um tanto quanto niilista, saudosa, decepcionada e desacreditada. De repete você percebe que as instituições que foram criadas para proteger o cidadão, não protegem nada e estão aí para acudir apenas quem tem poder.
A gente não conhece as pessoas por inteiro e vem aquele sentimento que não cabe dentro da gente: de decepção e tristeza. Aprendi que não devemos alimentar expectativa a respeito dos outros. Já nos bastam as nossas, que nem conseguimos resolver.
O mundo está mais feio, violento, sem gentileza, cheio de ódio e de intolerância e essa constatação me deixa mais triste. Eu continuo a perseverar e acreditar que podemos ser melhores, mas até lá vai um caminhão de decepções.
Me reporto ao pensador e filósofo Frederico Nietzsche, que vem lembrar que os valores tradicionais depreciam-se e que os "princípios e critérios absolutos dissolvem-se e tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão.
"A superfície, antes congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar um ancoradouro". No livro Assim Falava Zaratustra, em tradução base de José Mendes de Souza, Nietzsche fala que o homem é um rio turvo.
"É preciso ser um mar para, sem se toldar, receber um rio turvo. Pois bem; o além-do-homem; é ele esse mar, nele se pode abismar o vosso grande menosprezo", diz o autor. E nesse ceticismo danado, vamos tentando entender atitudes e pensamentos, sem chegarmos a conclusões positivas.
A violência estampada nos meios de comunicação, diariamente, seja ela física, por constrangimento moral ou quando ela expõe o ódio, o preconceito e arbitrariedade ainda me surpreende, contrapondo ao que vejo todo dia.
A falta de investimentos em políticas públicas; a ignorância, seja ela intelectual ou em qualquer forma pode ser a resposta. Diversos sábios da ciência tentam explicar a 'ignorância dos seres humanos.
Goethe disse que não há nada mais terrível que a Ignorância; já Pitágoras observou que "se me perguntar o que é a morte, respondo-te: a verdadeira morte é a Ignorância. Quantos mortos entre os vivos!”.
Só para falar de um período mais recente, desde 2013 o Brasil vem passando por um processo de ignorância intelectual, social e moral inexplicável. Em artigo publicado no Blog Cidadania, Eduardo Guimarães escreve que a ação brasileira é uma entre tantas outras nações do Terceiro Mundo que, há séculos são mantidas sob estrito controle por uma discretíssima elite intelectual, econômica, financeira, étnica e regional.
"Controle em que sentido? No sentido mais óbvio em um país com tanta injustiça social: o controle da revolta de um povo que, em parcela expressiva, ainda se vê privado de um mínimo de igualdade de oportunidades e, portanto, de esperança", diz ele.
A posse do governo ilegítimo trouxe mais inquietação àqueles que perseguem justiça social e menos desigualdade social, longe de estancar a sangria da crise. O governo ilegítimo e impopular só tem desfeito o que foi proporcionado de melhorias no campo social pelos governos Lula e Dilma, doa a quem doer.
A gestão dol ilegítimo Temer, como já ficou claro em suas medidas recentes, está a serviço do ajuste fiscal e do aprofundamento das medidas neoliberais. O conjunto de medidas do reacionário governo está recheado de cortes nos direitos trabalhistas.
Aumento na idade da aposentadoria, plano de congelamento de gastos sociais por 20 anos, a redução dos direitos políticos dos partidos de esquerda, entre outras medidas. Será que o sonho acabou? Deixo a reflexão.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
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