Olívia de Cássia Cerqueira
Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem
a festa. É primavera, mas no Nordeste do Brasil, já é verão. Acordo às 4h de
vez. Antes, levanto para ir ao banheiro e beber água.
Ligo a TV e
vou cumprir minha rotina diária, enquanto posso. Avalio que se não me
movimentasse para cumpri-las, já teria parado de vez.
Coloco água
para ferver, para preparar o café, com muito cuidado, para não me queimar. Preparo
a proteína, a fruta e agradeço a Deus por mais um dia.
A Rinite
alérgica me incomoda. Muito vento e poeira no horário da tarde; é a natureza se
revelando. Faço chá de limão com alho, pelo motivo de que os remédios de farmácia
já não resolvem satisfatoriamente.
Ouço as
noticias da TV e me incomodo com tanta violência diária, guerras insanas,
brigas pelo poder e muito mau-caratismo. As informações políticas daqui e dali
nos entristece. Por outro lado, é preciso ter esperança, apesar de tudo.
Ouço o
barulho do mar lá longe e as ondas se quebrando, na praia da Avenida que pede
cuidados. Faz muitos anos que já não a frequento, por conta da poluição.
Nos meados
das décadas de 70 e 80, era frequente a nossa presença ali. Éramos adolescentes
e a moda da vez, era ficarmos bem bronzeadas, com a marca do biquini.
Vinha de União dos Palmares, para encontrar
parentes e era uma festa diária esse costume. Com a Avenida poluída, o banho de mar, quando
tinha equilíbrio e força nas pernas, e já recentemente, pegava meu material de
praia, pegava a van no posto de gasolina e ia à praia do Francês, pertinho de
Maceió.
Hoje isso
não mais acontece, mas é bom a gente ter lembranças para compartilhar e eu
tenho muitas, basta colocá-las pra fora.. Bom dia.